![]() |
| Foto: Reprodução/YouTube |
A Câmara Municipal de Várzea Alegre foi palco de embate entre vereadores durante a sessão da última quarta-feira, dia 26.
O pico de tensão começou quando o vereador Michel Martins (PSB) utilizou a tribuna para afirmar nunca havia se deparado com “um desvio de recurso público na magnitude” do que teria fiscalizado. O parlamentar apontou um suposto superfaturamento no material didático entregue às instituições de ensino do município.
Ao tentar distribuir aos parlamentares o contrato de licitação que, segundo ele, comprovaria as irregularidades, houve resistência. O vereador Otoniel Júnior (PSD) recusou-se a receber os documentos, iniciando o conflito. “Lamento muito o vereador Otoniel se recusar a receber, mas para quem fatura quase um milhão por ano, o que é R$ 852.000? Não é nada!”, disse Michel.
Otoniel então foi até a tribuna e desafiou o colega a provar as acusações contra a empresa que, segundo ele, pertenceria a própria esposa. “Me ataquem, mas deixem a mulher em paz”, afirmou. Otoniel defendeu que a venda de produtos ao poder público não é crime e ressaltou que a empresa da esposa participa regularmente de licitações no município — ganhando e perdendo processos — e que o colega “não entrega nada e não traz benefício para Várzea Alegre, apenas acusações”.
O vereador prosseguiu: “Não venho aqui porque me recusei a receber um ofício de vossa excelência, não. Porque de vossa excelência eu não quero nada a não ser distância! E só convivo aqui na quarta-feira porque somos obrigados pelo povo”.
Ele também questionou o motivo pelo qual, entre todas as empresas que prestam serviço ao município, apenas a da esposa dele havia sido investigada pelo colega. Disse ainda que, se Michel quiser fiscalizá-la, ela presta serviços também em Caririaçu e no Cedro.
Encerrando a fala, Otoniel fez duras críticas ao colega de Casa: “A decência, o caráter e a seriedade que eu tenho, a de vossa excelência não chega no chinelo! Eu tenho pena de vossa excelência! Que Deus perdoe essas pessoas ruins, como eu tô apontando na sua cara e dizendo da sua canalhice.”
Ao retornar ao seu lugar, e em meio aos protestos de Michel, o vereador disparou: “Coloca aí na ata que eu mandei ele ir para a puta que pariu!”
Michel reagiu afirmando que, desde que começou “a fazer um trabalho diferente” na Câmara, passou a ser perseguido. Disse ainda que prefere “ser xingado do que xingar”.
Diante do tumulto, a presidente da Câmara, Menésia Simião (PT), interveio e repudiou as ofensas. “Solicito a compreensão, o respeito uns para com os outros e com a população de Várzea Alegre. Vamos para o nosso debate, fazer as nossas defesas mais fundamentadas e respeitosas”, afirmou.
A sessão seguiu em meio a um evidente clima de tensão, expondo o atrito entre os vereadores durante o debate sobre o uso dos recursos públicos.
Com informações de OPOVO
Tags
POLÍTICA



